O Museu Mineiro apresenta a exposição Revisitando a arte de Francisco Tamietti, com obras do artista italiano que participou da construção da então nova capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. Integram a mostra obras no gênero Natureza Morta, inéditas, encontradas pela família, restauradas e, agora, expostas ao público.
Imigrante da Itália (Turim) para o Brasil no final do século 19, o artista trazia, assim como seu pai, habilidades na carpintaria e na pintura decorativa. Por esse motivo, os dois não foram direcionados aos campos agrícolas, como era o costume, mas à Nova Capital de Minas, que estava sendo construída no modelo Hausmaniano, de cidade moderna e planejada, com base em princípios republicanos.
Chegando a Belo Horizonte, Francisco Tamietti Filho realizou pintura decorativa nas principais edificações da cidade, como Palácio da Liberdade, antigo Senado, hoje Museu Mineiro, além de diversas outras edificações públicas, religiosas e particulares, tais como a residência da família Borges da Costa, atual Academia Mineira de Letras, a da família Lodi, dentre outras.
A exposição de Tamietti, financiada pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da UNI-BH, consiste em oito telas realizadas nos primeiros anos do século 20, sendo seis redondas e duas retangulares, essas últimas inacabadas, com traços e esboços do artista, denominados, na linguagem técnica, de arrependimentos. As inacabadas são constituídas de quatro elipses em cada uma, com cenas que ilustrariam as residências das classes dominantes daquela época.
A mostra foi concebida com acessibilidade para portadores de deficiência visual, com impressão 3D das obras principais, além de publicação em braille e imagens com texturas para a percepção tátil.
A mostra fica em exibição até o dia 28 de outubro de 2018, na Sala das Sessões. A entrada é franca.