Trabalhos artísticos de diferentes etnias indígenas do estado serão apresentados no Palácio da Liberdade
Com o objetivo de homenagear as comunidades indígenas e iniciar um importante trabalho de preservação de suas culturas, acontecerá neste sábado (29), a partir das 10h, a Ocupação Artística Abril Indígena - Demarcando Mentes e Pensamentos, no Palácio da Liberdade, equipamento que integra o Circuito Liberdade.
Essa é uma iniciativa do Governo de Minas, com realização da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e da Fundação Clóvis Salgado, em parceria com a APPA e com membros de entidades representativas das comunidades indígenas.
Neste encontro será assinada a portaria que formaliza a criação do Grupo de Trabalho para implementação do Programa de Salvaguarda das Culturas Indígenas em Minas Gerais. Também serão inauguradas exposições que destacarão os trabalhos de artistas indígenas de diferentes etnias do estado.
O secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, ressalta o significado dessa ação para os povos indígenas e para a cultura de Minas Gerais. “A criação desse Grupo de Trabalho marca um momento de grande relevância para o nosso estado. Estamos iniciando as etapas de elaboração de um novo programa que visa à proteção e salvaguarda das culturas indígenas a partir de um gesto de respeito, dignidade e justiça pela história dos povos originários”, pontua o secretário.
No Grupo de Trabalho estarão presentes 15 entidades representativas da sociedade civil e de órgãos públicos ligados à promoção dos direitos indígenas para a composição do Grupo de Trabalho. Dentre eles, o Conselho dos Povos Indígenas de Minas Gerais (COPIMG), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), os representantes discentes do Colegiado Especial de Vagas Suplementares para Estudantes Indígenas da UFMG, a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), o Conselho Missionário Indígena de Minas Gerais (CIMI-MG) e o Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva-CEDEFES, entidades parceiras da luta indígena.
Já confirmaram oficialmente a participação no encontro: o Colegiado da Formação Intercultural de Educadores Indígenas da UFMG, o Comitê Mineiro Indígena e a Coordenação Regional da FUNAI de Minas Gerais.
A proposta é que, juntos, Estado e representações indígenas, deem início à construção coletiva de ações de proteção, fomento e promoção da cultura dos povos originários. A criação de Grupos de Trabalho é um espaço fundamental na garantia da participação dos detentores de bens culturais no desenvolvimento de ações de salvaguarda do patrimônio cultural.
A Secult, por meio do Iepha, tem como experiência bem sucedida dessa metodologia participativa a criação do Afromineiridades - Programa de Proteção da Cultura Afro em Minas Gerais, no qual o Grupo de Trabalho conta com lideranças negras, quilombolas, povos de terreiros e congadas de Minas Gerais, assegurando a participação de comunidades tradicionais no planejamento e execução de políticas públicas de cultura, turismo e patrimônio cultural.
Exposições
A Ocupação Artística Abril Indígena reúne obras do acervo museológico da Superintendência de Bibliotecas, Museus, Arquivo Público e Equipamentos Culturais (SBMAE) e também conta com curadoria da assessoria da deputada federal Célia Xakriabá.
A ação propõe uma série de atividades que celebram as histórias e a produção cultural e artística de matriz indígena em Minas Gerais. No Palácio da Liberdade, será apresentada a mostra fotográfica “Gavião Bateu Asa e Rodopiou a Onça Pintada Cantou e Dançou”, “Canto e Dança do Pajé” e “Mulheres Indígenas Reflorestando Mentes para a Cura da Terra”, de Edgar Kanaykõ, o cinema de Sueli Maxakali, além de pinturas de artistas indígenas de diversas etnias do estado.
Também será montada a exposição “Abya Yala”, com 15 estandes para venda de arte indígena, como bonecas, crochês, cestarias, peças em madeira, tecidos e vestimentas, biocolares e acessórios. Artigos dos povos Kambiwá, Pataxó e de povos originários da Bolívia e do Peru também serão contemplados.
Além de ser um espaço coletivo para apresentação dos trabalhos e de geração de renda para as famílias, a “Abya Yala” integrará, assim, diferentes culturas. Essa mostra acontecerá até o dia 6 de maio.
Banquete
Outro trabalho dentro da Ocupação Artística Abril Indígena será um banquete que convidará o público à troca de saberes e de conhecimentos sobre a ancestralidade dos povos originários. Com ingredientes sazonais, a mesa será composta por alimentos coletados em quintais urbanos e de produção agroecológica, com processamento mínimo e respeito à natureza.
Uma pequena fornalha, construída para o evento, servirá de suporte para o cozimento lento das refeições, possibilitando aos presentes vivenciarem os processos de feitura, compartilhamento e aprendizagem da relação cosmológica com os alimentos. O banquete será partilhado entre os visitantes.
Serviço:
Ocupação Artística Abril Indígena - Demarcando Mentes e Pensamentos
Quando: 29 de abril a 6 de maio.
Local: Palácio da Liberdade (Praça da Liberdade, s/nº, Funcionários, Belo Horizonte)
Horário de visitação: de 4ª a 6ª-feira, das 12h às 18h; sábado, das 10h às 18h.
Entrada gratuita.