Com regência do maestro Fabio Mechetti, Orquestra interpreta o jazz de Tsfasman e duas obras de Shostakovich
Um dos mais talentosos pianistas da atualidade, Dmitry Masleev retorna a Belo Horizonte para executar duas obras de singular virtuosismo e amplo contraste estético: o Concerto para piano nº 1 em dó menor, op. 35, de Shostakovich, e Jazz Suite para piano e orquestra, de Alexander Tsfasman. O Principal Trompetista da Orquestra, Marlon Humphreys-Lima, também é solista no Concerto de Shostakovich. Sob a batuta do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais, a Orquestra faz releitura de uma peça emblemática do século XX, a Quinta Sinfonia de Shostakovich, obra carregada de profunda experiência de um compositor em busca da liberdade dentro do regime opressor stalinista. As apresentações serão nos dias 27 e 28 de abril, às 20h30, na Sala Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais.
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.
Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito.
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Na Finlândia, dirigiu a Filarmônica de Tampere; na Itália, a Orquestra Sinfônica de Roma e a Orquestra do Ateneo em Milão; na Dinamarca, a Filarmônica de Odense e na Argentina a Filarmônica do Teatro Colón.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.
Em 2023, fará sua estreia no Festival Casals e com a Sinfônica de Porto Rico e voltará a dirigir a Orquestra Sinfônica Nacional da Colômbia, em Bogotá.
Dmitry Masleev, piano
Vencedor do Concurso Internacional Tchaikovsky de 2015, Dmitry Masleev vem estabelecendo sua carreira profissional com apresentações elogiadas pela crítica e muito bem recebidas pelo público. Recentemente, apresentou-se com a Filarmônica de Paris e a Orquestra Nacional da França, além de ter participado de importantes festivais no país e na Alemanha, onde também é presença constante nas salas de concerto. Em 2017, fez sua estreia no Carnegie Hall, em uma performance que o jornal New York City Informer chamou de “vívida e propulsora”. Durante a pandemia, colaborou ativamente com a Sociedade Filarmônica de Moscou em concertos online e também estreou mundialmente obras recém-descobertas de Shostakovich, datadas do início da carreira. Nascido e criado em Ulan-Ude, cidade da Rússia siberiana próxima à fronteira com a Mongólia, Masleev estudou no Conservatório de Moscou e na Academia Internacional de Música no Lago de Como.
Repertório
Dmitri Shostakovich (São Petersburgo, Rússia, 1906 – Moscou, Rússia, 1975) e a obra Concerto para piano nº 1 em dó menor, op. 35 (1933)
Após o sucesso da Primeira Sinfonia, estreada na sua formatura, em 1926, o jovem Shostakovich demonstrou ser hábil em quase todos os gêneros musicais. A primeira incursão no gênero concertante foi o Concerto para piano nº 1, de 1933 – na verdade, um concerto para piano, trompete obbligato e orquestra de cordas. A obra foi inicialmente concebida para trompete solista e orquestra. Posteriormente, Shostakovich adicionou o piano e relegou o trompete a um papel secundário, ora respondendo, ora comentando os temas do piano e da orquestra. O opus 35 possui colagens, citações e paródias musicais de canções populares alemãs e inglesas, de obras de Beethoven, de Haydn e do próprio Shostakovich, e mesmo potenciais elementos circenses e jazzísticos, os quais viriam a se consolidar na Suíte para orquestra de jazz nº 1, escrita no ano seguinte. O Concerto nº 1 foi estreado em 15 de outubro de 1933, na abertura da temporada da Orquestra Filarmônica de Leningrado, sob a regência de Fritz Stiedri, com Shostakovich ao piano e Alexander Schmidt ao trompete.
Alexander Tsfasman (Alexandrovsk, hoje Zaporizhya, Ucrânia 1906 – Moscou, Rússia, 1971) e a obra Jazz Suite para piano e orquestra (1945)
Alexander Tsfasman foi um dos nomes mais importantes do jazz na União Soviética, ajudando o gênero a ganhar espaço nas rádios e palcos locais. Nascido em Zaporizhzhia, cidade que hoje pertence à Ucrânia, Tsfasman estudou no Conservatório de Moscou com Felix Blumenfeld nos anos 1920, uma época em que a presença do jazz ainda era muito tímida em solo soviético. Em 1926, formou a orquestra AMA-Jazz, que se tornou o primeiro grupo do gênero no país a se apresentar em uma rádio (1928) e a lançar uma gravação em disco (1929). Tsfasman adorava Gershwin, e, assim como ele, buscava aunião entre a música popular e a clássica em suas composições, como é o caso da Jazz Suite, especialmente no primeiro movimento, “Snowflakes”. Pianista talentoso, dotado de grande capacidade de improvisação, ganhou a admiração de Shostakovich (que também escreveu duas suítes para orquestra de jazz), com quem colaborou em algumas ocasiões, e deixou sua marca como um pioneiro no cenário musical soviético.
Dmitri Shostakovich (São Petersburgo, Rússia, 1906 – Moscou, Rússia, 1975) e a obra Sinfonia nº 5 em ré menor, op. 47 (1937)
Durante a década de 1930, Shostakovich sofria duras críticas no Pravda – publicação do Partido Comunista da União Soviética –, que taxava suas obras de extremamente progressistas, imorais e inapropriadas para o consumo de massa. A resposta de Shostakovich aos ataques foi uma mudança drástica em seus planos. Mas tal mudança não ocorreu subitamente. Na época dos ataques no Pravda ele terminava a sua Quarta Sinfonia, e uma execução da obra poderia levar a consequências trágicas, já que era muito distante do classicismo heroico desejado pelo Comitê Central. Ao perceber o risco que corria, Shostakovich cancelou os ensaios e começou a escrever uma nova peça, mais em conformidade com as diretrizes do Partido. Assim surgiu a Sinfonia nº 5, composta entre abril e julho de 1937 e estreada em novembro do mesmo ano. O imenso sucesso ajudou a reabilitação de Shostakovich e lhe possibilitou encontrar uma linguagem que lhe permitiria continuar a compor, com toda a força de seu talento, por mais 30 anos.
Serviço:
Filarmônica de Minas Gerais
Série Presto
27 de abril – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
28 de abril – 20h30
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
Dmitry Masleev, piano
Marlon Humphreys-Lima, trompete
SHOSTAKOVICH Concerto para piano nº 1 em dó menor, op. 35
TSFASMAN Jazz Suite para piano e orquestra
SHOSTAKOVICH Sinfonia nº 5 em ré menor, op. 47
INGRESSOS:
R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 50 (Mezanino), R$ 70 (Balcão Palco), R$ 90 (Balcão Lateral), R$ 120 (Plateia Central), R$ 155 (Balcão Principal) e R$ 175 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix