BDMG Cultural recebe a mostra Longo Prazo

De 30 de junho a 27 de julho de 2021, o BDMG Cultural realiza a exposição Longo Prazo, da artista belorizontina Clarice G Lacerda, na plataforma virtual exclusiva  www.mostrasbdmgcultural.org. São 23 obras em diferentes técnicas: desenhos, recortes e colagens, objetos encontrados e objetos manipulados, fotografias, vídeo, instalação, frotagens e cadernos de artista editados como livros.

“Longo Prazo é um exercício de montagem. Surge a partir de um extenso ciclo de pesquisa e de profunda introspecção no ateliê, em uma mistura muito forte da produção com a vida, com a rotina, com o cotidiano. São trabalhos que lidam com as dinâmicas temporais a partir das relações contínuas e espraiadas com os materiais em uma perspectiva de amplificação das nossas percepções”, defende Clarice. Segundo a artista, a produção atende a diferentes temporalidades, entre a lentidão e o instantâneo, como metodologias de um processo criativo atento ao movimento. A proposta de Longo Prazo, como o próprio nome indica, é trabalhar as percepções e marcas da passagem do tempo: no corpo e na matéria. “Estamos pautados pelo imediatismo. Reagimos mais do que observamos. A exposição é, também, um convite à reflexão, que nos situa em relação aos tempos dos mundos”, complementa.

Ainda que em plataforma virtual, o arranjo das obras carrega fortemente o aspecto da montagem em sua composição. Os objetos são bastante heterogêneos em técnicas, mas, para Clarice, essas categorias artísticas tradicionais - desenho, fotografia, pintura, escultura, etc. - não dão conta da diversidade da exposição: a relação de agenciamento entre o corpo, o tempo e as materialidades é que enlaça os trabalhos. Seja a partir do gesto da artista, como é o caso de “As horas do dia”: quatro grandes frotagens de um quebra-cabeças em processo de montagem; ou da própria ação do tempo sobre materiais perecíveis, como verificado em “Mani ocas”, trabalho realizado a partir de tiras de cascas de mandiocas. “Tudo que é vivo morre: é um pouco sobre essa dança entre vida e morte. Para perceber isso, precisei conviver muito tempo com o perecível”. Veja o teaser da exposição com depoimentos da artista aqui.

Dentre as obras expostas, seis trabalhos integram a série encontrados: “são objetos que não foram produzidos, nem tão pouco coletados em uma busca propriamente dita”, explica Clarice. Encontrados ao acaso durante trajetos e situações comuns, os trabalhos dessa série realçam o chamado e presença do inusitado.

Mostras BDMG Cultural 2021

"Inauguramos o Ciclo de Mostras BDMG Cultural 2021 com a exposição Longo Prazo, de Clarice G Lacerda, ainda sem a Galeria aberta, mas com uma linda mostra virtual, que nos leva a pensar no tempo das coisas e dos seres, na decomposição, nas fraturas e nas regenerações. Nada mais contemporâneo do que isso. A plataforma pensada especialmente para a exposição é um convite para a fruição, mesmo que à distância", relata Gabriela Moulin, diretora-presidente do BDMG Cultural.

A exposição Longo Prazo foi selecionada no edital de concorrência pública divulgado em novembro de 2020. No Ciclo de Mostras BDMG Cultural 2021, ainda vão passar por exposições, na Galeria de Arte e em plataforma virtual, a dupla de artistas Affonso Uchoa e Desali, a dupla Lucélia Romão e Jessica Lemos e o artista Marc Davi. 

Sobre a artista

Clarice G Lacerda iniciou os estudos em Artes Visuais em 1999, quando frequentou o ateliê da artista plástica Mônica Sartori. Concluiu o bacharelado em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG em 2012, onde atuou como professora substituta na habilitação em Artes Gráficas em 2019. É artista pesquisadora do escotoma – grupo de estudos das imagens-passagens (EBA/UFMG), que fundou e coordena em parceria com o Prof. Rodrigo Borges desde 2018. Participou de propostas artísticas diversas como o perfura – ateliê de performance (Galeria GTO do Sesc Palladium, 2107), LAPI – Laboratório Aberto em Palavra e Imagem (Galeria do BDMG Cultural, 2017), Ateliê Midiológico (Teatro Espanca!, 2015) e Kaza Vazia (Belo Horizonte e Ouro Preto, 2006 – 2008); além de mostras e exposições coletivas como a Mostra Residências Artísticas – Atelier Aberto (Centro Cultural UFMG, 2019), SUSPENSA/SUSPENSOS (Galeria da COPASA, 2009), MIP2 – Segunda Manifestação Internacional de Performance (Espaço 104, 2009) e Projeto Território (Museu Mineiro, 2007). Sua trajetória contempla ainda diversos projetos em artes gráficas e editoriais desenvolvidos em parcerias com artistas como Cinthia Marcelle, Mabe Bethônico, Marcelino Peixoto e Luis Arnaldo, Pablo Lobato, Paula Huven, Camila Otto e André Hauck, Janaina Rodrigues e Hortência Abreu.

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